20.7.11

pausa


vim abrir as gavetas. porque palavras também podem mofar, eu sei. vim varrer as teias dos cantos e soprar a camada de pó sobre os móveis, para que a casa não pareça abandonada. vim recolher a pilha de cartas que interrompia a abertura da porta. os envelopes quase desbotados espalhados pela entrada. dar comida aos gatos. jogar o lixo. vim para deixar um bilhete, pendurado no canto do espelho, escrito em letras tortas e apressadas para os que ainda entram neste quarto escuro tateando pelas paredes: estou finalizando o próximo livro. por isso, as gavetas permanecerão fechadas até o ponto final ser colocado no romance. ps: para os que ainda não leram o primeiro, apesar de estar esgotado nas livrarias, existem alguns últimos poucos exemplares em uma estante do outro cômodo. eles podem ser adquiridos por aqui: desamores arroba gmail ponto com. entre uma página e outra do novo livro, ainda sobram forças para aparecer rapidamente no twitter: @baszczyn. em breve, as janelas estarão novamente escancaradas. e haverá luz. e ar. e haverá alimento para que o que está guardado nas gavetas possa sobreviver. até lá.