pântano

estou afundando

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me dá sua mão?

por dentro

eu me arrebentei, assim, porque o nó era fraco. frouxo. mal dado. eu afundei, em segundos, porque no meu casco havia um buraco milimétrico por onde o mar entrou aos poucos. inteiro. eu caí com o primeiro vento porque não havia tijolos. eu era construção mal feita. erguida na pressa. madeira com pregos mal batidos. fachada. eu derreti ao sol porque era de plástico. sumi no sopro porque era pó. eu me quebrei na primeira queda porque, por dentro, não havia mais nada. eu me sentia forte, sem saber que já era oco.

canteiro

no fundo de casa, eu criava o desgosto. regava as malditas flores do jardim. todos os dias. no fundo de casa, sem saber, cultivava a desilusão em canteiro. fortalecia, com adubo, a infelicidadade. as pétalas, que em pares, acabavam sempre em mal-me-quer.