24.6.08

aniversário


há trinta e dois anos de cabeça para baixo, puxado pelo pé, vendo tudo virado. há tanto tempo deixado na mesma posição, sem entender nada. querendo saber, desde aquele dia, até quando o mundo ao contrário.

9.6.08

balanço


eu espero porque você prometeu. as pernas já crescidas, debaixo da saia, fazem meus pés encostarem no chão, mas eu espero. eu fico aqui. cavando a terra, sem querer, com os sapatos. enchendo de pó as meias. despenteando os cabelos, no ir e vir. cortando os lábios com o vento frio. teimosa. eu fico aqui porque você prometeu. espero porque acreditei quando disse que não seria a última vez. eu permaneço aqui, no mesmo lugar, apertando seu presente entre os dedos. flor seca em uma das mãos. eu espero como pêndulo contando o tempo. vem. não vem. vem. espero, no mesmo balanço, porque ainda acredito que você pode voltar.