18.11.06

fuga



durante a ida, eu vou trocando os sapatos pra confundir a sua busca. deixo pegadas falsas pra que nunca mais me encontre. durante a ida, olho pra trás e não reconheço meus rastros. na fuga, me perco de você e de mim.

10.11.06

honra


trecho de uma entrevista de fabrício carpinejar ao digestivo cultural, nesta semana:

dc: a internet, os blogs, as revistas todas... qual o seu palpite para essa geração? conheci você através do blog do polzonoff, você acredita? tem visto poesia que valha a pena na rede? acha que é um bom suporte? e as publicações – por que ainda têm pouco poder de aglutinação? por que não surgiu uma revista de poesia de arrebentar? não concorda que já temos quorum?

fc: polzonoff foi um entusiasta da poesia de "terceira sede" e "biografia de uma árvore". vejo prosa poética que vale a pena na internet. exercícios líricos que já formam involuntariamente um livro. um exemplo: eduardo baszczyn, de são paulo, com coisas da gaveta. é um suporte ideal para a contundência e concisão do verso. o poema é a pré-história do cinema. do desenho animado. do clipe. pensamento em disparada, música da respiração, imagens encadeadas.

6.11.06

desenho

traço, esboço, rascunho.
eu sou ensaio, projeto, maquete.
eu sou rabisco,
círculo aberto,
desenho inacabado.
eu sou incompleto.