6.4.05

como me tornei estúpido


"sempre parecera a Antoine contabilizar sua idade como os cães. quando tinha sete anos, ele se sentia gasto como um homem de quarenta e nove; aos onze, tinha desilusões de um velho de setenta e sete anos. hoje, aos vinte e cinco, na expectativa de uma vida mais tranquila, antoine tomou a decisão de cobrir o cérebro com o manto da estupidez. ele constatara que, muitas vezes, inteligência é a palavra que designa baboseiras bem construídas e lindamente pronunciadas, e que é tão traiçoeira que frequentemente é mais vantajoso ser uma besta do que um intelectual consagrado. a inteligência torna a pessoa infeliz, solitária, pobre, enquanto o disfarce de inteligente oferece a imortalidade efêmera do jornal e admiração dos que acreditam no que lêem." martin page, lido nesta semana.